30.9.04

O Comodoro e seus Quepes

Entre uma pré-estréia e outra, Don Carlone Reichenbach anda se divertindo a valer na internet - no momento, ele está promovendo em seu blog uma votação para escolher os melhores sites e blogs de cinema do Brasil, e conclama todos os internautas a manifestarem sua opinião numa página no seu site Olhos Livres.
E semana que vem o seu Bens Confiscados vai ser exibido no Festival do Rio!
Daniel Caetano

27.9.04

Festival do Rio

Caso alguém ainda não tenha notado, estamos à toda na cobertura do Festival do Rio, que sempre ocupa quase toda a nossa equipe nesta época do ano. Pois bem, embora seja uma cobertura exaustiva, talvez a que mais produz textos/palavras digitadas em todos os veículos, ainda tem uma falha a nosso ver: o contato direto com o leitor. Tentamos este ano um paleativo com o chat pré-Festival, mas é sempre complicado de repetir isso durante o evento, quando todos os redatores (e leitores, idealmente) estão ou dentro de uma sala de cinema ou, no nosso caso, escrevendo sobre o que viram. Por isso, de forma igualmente paleativa, vamos usar os comentários desta nota no blog como espaço de expressão dos leitores sobre filmes que viram, sobre os quais querem saber informações, etc e tal. E vamos nos esforçar pra melhorar sempre esta cobertura que já nos enche de orgulho de poder fazer.
Eduardo Valente

22.9.04

O Festival do Rio já tem, desde já, um dos mais fortes candidatos a pior filme ou, mínimo, a obra mais bizarra: é o filminho de abetura das sessões, em que Luigi Barricelli (!) usa chinelinho de película de cinema na praia. Será que alguém acha que Luigi Barricelli é a cara do festival?
Alexandre Werneck

19.9.04

Chat Contracampo Festival do Rio às 21:30

Como anunciado nesta mesma tribuna, Contracampo fará sua primeira incursão no "chat" para comentar as seleções e expectativas da redação contracampista para o Festival do Rio 2004. Para participar, basta entrar no endereço www.undernet.org/webchat.php no horário desejado, escolher um nome-de-usuário no espaço "nickname", colocar "contracampo" no espaço "your favorite channel", "another canal" (sic) no espaço "channel" e apertar " connect". (Caso apareça uma janela perguntando se pode rodar um miniaplicativo, é para dar "sim", sem risco para o computador).
E então, 21:30?
Ruy Gardnier

18.9.04

Snuff nos Malditos Filmes!

Remier Lion já mandou avisar: a boa de hoje (sábado, 18/09) à tarde é a exibição de Snuff - Vítimas da Violência, do Cláudio Cunha (com roteiro do Reichenbach), na Casa França-Brasil, às 18hs, dentro da programação da mostra Malditos Filmes Brasileiros.
Imperdível - e é bom chegar cedo, porque a sala é pequena e o evento é um sucesso.
Daniel Caetano

A Crítica de Algo

Lá vem ela aí de novo, a polêmica mais requentada do mundo do cinema brasileiro: nesta quinta, o cineasta (?) Jayme Monjardim respondeu em entrevista à Folha (disponível na internet somente para assinantes do jornal ou do provedor) às críticas que seu filme (Olga) tem recebido. Nesta entrevista ele afirma (de novo, porque no lançamento já afirmava) que o que importa para ele é o público e não a crítica. Até aí tudo bem - mas, como eu já discuti aqui nesta mesma revista, no final de um artigo, o que não dá pra entender é por que afinal, se ele não liga para as críticas, ele simplesmente não deixa de lê-las e fica feliz da vida com seus milhões de espectadores, sem precisar dar entrevista destilando todo esse ódio e frustração. O impulso do jornal/jornalista eu até entendo, porque o barato é vender jornal, e não importa muito o quão banal e repetitiva esta discussão seja. Mas continuo achando muito estranho que os cineastas que se prestam a este assunto continuem não percebendo o ato falho quase vergonhoso que é afirmar uma coisa e se comportar de outra maneira. Coerência, rapazes, coerência!! Ou então, se a crítica afinal das contas importa pra vocês, vamos discuti-la de forma um pouquinho mais adulta.
*************
Agora, que é hilário a forma como Monjardim se refere a Suzana Amaral, diretora de A Hora da Estrela, lá isso é. Santa ignorância, Batman!
*************
Da série "Essa Alguém vai ter que me Explicar!": "Meu envolvimento com política é tão pouco que prefiro não entrar no mérito dessa discussão. Mas, quando eu digo que o filme não é quase nada político, é entre aspas, porque eu nunca vi um filme tão político. É político pra caramba".
Ou o jornalista transcreveu comendo pedaços radicais desta frase, ou Monjardim é um frasista de mão cheia, verdadeiro Guimarães Rosa do nosso audiovisual. E fica a dúvida: será que ele anda lendo a edição atual da Contracampo? Onde, além de um texto em torno do tema, afirmamos no editorial deste mês que "...afinal não há filme mais obviamente político - mesmo que se imiscua como tal - que o recém-lançado Olga".
Eduardo Valente

15.9.04

Mais Curso!

Tem curso novo da Contracampo pintando na área: Bem-Vindo ao Cinema Contemporâneo, reedição carioca de um curso que deu muito certo lá no CineSesc paulistano. Parceria com o Projeto Subsolo aqui do Rio, o curso deve se iniciar no final de Outubro e conta com alguns de nossos redatores falando sobre a obra de grandes cineastas da atualidade.
Confiram o link com as informações aqui ao lado. As vagas são limitadas.
Felipe Bragança

Godard, Nossa Música e Recine

Antes de tudo, é fundamental dizer o quanto foi proveitosa e interessante a sessão de abertura do Recine, o festival de filmes de arquivo do Arquivo Nacional, e quanto foi uma experiência única ter acesso em pré-estréia ao novo filme do Godard, Nossa Música.
Mas sinceramente é uma pena que, num festival devotado a discutir a importância dos arquivos e, conseqüentemente, da preservação da memória do cinema, Nossa Música tenha sido exibido num formato diferente do qual foi concebido, ocasionando uma perda sensível da imagem e uma deformação desagradável dos enquadramentos do filme (uma projeção, como as guilhotinas, também pode cortar cabeças).
O próprio Jean-Luc Godard já havia feito um ensaio visual sobre as conseqüências de uma projeção em janela errada de seu mais recente filme (que você por ver aqui ), dizendo que uma projeção no formato 1:1,85 "inocentaria Milosevic" dos bombardeios a Sarajevo. É questionável a veracidade dessa opinião, mas é lamentável saber que até num festival sobre arquivos não se pode ver os filmes da forma como eles foram concebidos para ser vistos...
Ruy Gardnier

Chat Contracampo Festival do Rio

Antes da entrada no ar da edição dedicada ao Feastival do Rio, faremos nossa primeira incursão num território de internet até então desconhecido para nós. Considerando o tradicional número de títulos à disposição e a pouquíssima quantidade de referência sobre deles, decidimos inaugurar uma sala de chat (bate-papo) para comentar as mostras, os filmes e as expectativas sobre certos dos cineastas que terão suas obras exibidas no Festival do Rio.
O dia é domingo, dia 19 de setembro, às 21h (sujeito a leves alterações de horário, confirmação no sábado).
Os interessados deverão entrar no endereço www.undernet.org/webchat.php no horário desejado, escolher um nome-de-usuário no espaço "nickname", colocar "contracampo" no espaço "your favorite channel", "another canal" (sic) no espaço "channel" e apertar " connect". (Caso apareça uma janela perguntando se pode rodar um miniaplicativo, é para dar "sim", sem risco para o computador).
Nos encontramos domingo, então?
Ruy Gardnier

Reconhecimento a quem merece: a distribuidora Imovision

Quando todas nossas distribuidoras independentes de filmes diminuem o número de títulos e/ou ousam cada vez menos nos filmes que compram ano a ano, é uma felicidade receber o catálogo de recentes aquisições da Imovision e saber que entre os filmes que veremos nos anos vindouros estão Clean (de Olivier Assayas, com Maggie Cheung, Béatrice Dalle e Nick Nolte), Contra a Parede (filme turco vencedor do Urso de Ouro em Berlim), Eleni (de Theo Angelopoulos), Eros (de Antonioni, Wong Kar-wai e Soderbergh), A Vida É um Milagre (de Emir Kusturica), Nossa Música (de Jean-Luc Godard), o uruguaio Whisky, Ninguém Pode Saber (do japonês Hirokazu Kore-eda, o mesmo de Maborosi), Para Sempre Lilya (de Lukas Moodysson) e Quase Dois Irmãos, filme novo de Lúcia Murat.

Resta ficar sonhando que, com umas cinco distribuidoras dessas em atividade no Brasil, os filmes de Hou Hsiao-hsien, Hong Sang-Soo, Abel Ferrara e Marco Bellocchio, entre uma infinidade de outros, iriam preencher nossas telas e emoções e fazer nossos anos cinematográficos sensivelmente mais interessantes... E resta a vergonha àqueles que lançam filmes como... bom, acho que todos sabem a quem me refiro...
Ruy Gardnier

13.9.04

mostra Nelson Rodrigues - CCBB

Aproveitei esses dias os poucos segundos livres pra ir ver alguns filmes da mostra do Nelson Rodrigues, no CCBB (o catálogo, apesar do caos conceitual eventual, tá uma beleza, com alguns textos preciosos, inclusive do nosso Ruynzinho), e mais uma vez vi o quanto eu mesmo desconheço da história do cinema brasileiro - e o quanto esta parte da História dele é mesmo escondida.
Tanto o Bonitinha mas Ordinária, do J.P. Carvalho (um absoluto QUEM? pra mim), quanto o Engraçadinha depois dos 30, do JB Tanko, são filmes com muuuitas coisas interessantes, que simplesmente sumiram no limbo da historiografia convencional Vera Cruz-Cinema Novo dos anos 50/60, que relega ao esquecimento quase, sei lá, 70% dos filmes feitos no Brasil no período. Sem esta mostra, acho que nunca ia ver estes filmes - e fico me perguntando quantos outros (sem a sorte de serem do Nelson Rodrigues e por isso aparecerem numa mostra) eu estou perdendo...

É uma reflexão naif sim, mas que ontem me pareceu muito forte.
Ah, e ainda vi pela primeira vez o Copacabana me Engana (que, junto do A Rainha Diaba no Odeon na quinta, completou o ciclo pessoal de "Fontouras que eu precisava ver"), que me pareceu muitíssimo interessante (mesmo com os vacilos moralistas aqui e ali, especialmente no final), ainda que a participação dele na mostra Nelson seja, pra dizer o mínimo, er..., forçada. (e o texto no catálogo deixa isso bem claro, meio sem querer...)
Eduardo Valente

A boa da semana em termos de mostra de filmes, aqui no Rio, é o Recine - começa hoje com coquita e exibição de Notre Musique, Godard mais recente, e vai ter uma programação da pesada de hoje a sexta. A boa notícia é que a mostra ganhou a atenção merecida dos jornais aqui do Rio. A má é que a prudência recomenda, nesses casos, chegar antes pra não encontrar o cinema lotado - a entrada é gratuita.
Daniel Caetano

12.9.04

Tá meio em cima da hora, mas fica o aviso de sempre: nesta segunda (13/9) os DJs Contracampo voltam a atacar dando o som da pista 2 da festa A Maldita, na Casa da Matriz (Botafogo-RJ). Quem já foi sabe que a única regra é a da música que gostamos - sem distinção de gêneros ou estilos. Quem não foi, pode ir - o pessoal costuma dançar bastante.
Eduardo Valente

10.9.04

Sugestão para o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

Só pra simbolizar o que é fazer cinema em Terra Brasilis, da forma mais sincera possível, segue aí a sugestão.
O Oscar tem aquele bonequinho, né? O Globo também tem um bonequinho, um monte de troféu tem bonequinho.
Então, pra premiar os melhores filmes brasileiros, o troféu também deveria ser assim. Como símbolo, um bonequinho - de pires na mão.
Que tal a idéia?

Sobre essa falsa "polêmica" (está parecendo mais ser pura divulgação pessoal), só digo o seguinte: o Babenco é um cineasta bom pra cacete, que fez filmes de nível altíssimo.
Sobre o resto, é melhor o silêncio.
Daniel Caetano

7.9.04

Ainda sobre as digitais na tela

A Ancine promoverá no dia 15, no MIS de São Paulo, um seminário sobre exibição digital. Para, supostamente, "discutir" o uso e a implantação da tecnologia no país, haverá três palestrantes: Luiz Gonzaga Assis de Luca, José Augusto de Blasiis e Fábio Lima. Ora, o primeiro é diretor do Grupo Severiano Ribeiro; o segundo é diretor da Casablanca; e o terceiro é da Rain Network.
Um debate em que os três debatedores (por mais que não estejam em uma mesma sessão, mas um seguido do outro) são defensores do tema - promovido pela Agência Nacional do Cinema - parece, no mínimo, curioso: é mais uma mostra da unanimidade de que falei em uma nota há poucos dias. O tema é constantemente convertido em um discurso monocórdio por parte apenas dos mais interessados financeiramente na questão (por mais "nobre" que possa ser a intenção de baratear a exibição de "cinema de arte") e ganha apenas a dimensão de uma questão técnica, sem polêmica, sem discussão. O espectador menos informado recebe apenas um estranho relatório de que algo está sendo feito em seu favor: "Vão colocar alguma coisa digital no cinema e vai melhorar". "Se é digital, deve ser bom". Mas a comparação entre a imagem de um e a do outro não é feita.
Alexandre Werneck

2.9.04

Cinema Político, Don Carlone, Sanjinés

A dica do dia é a nova edição do Cine Imperfeito, dedicada à carreira de Carlão Reichenbach, por conta da estréia de Garotas do ABC (cujo retrato de personagens operárias, diga-se, é o que há de mais político nos filmes brasileiros em cartaz, sem a menor dúvida). O Cine Imperfeito traz textos sobre quase todos os longas de Don Carlone - escritos pela turma do site, com a participação do contracampista Filipe Furtado.

Voltando à Contracampo, um aviso pra quem se interessou pelos textos dedicados aos filmes do Jorge Sanjinés e pela entrevista com o próprio que a gente publicou na nossa edição atual: há na edição 50 um texto geral sobre os filmes do Sanjinés, escrito pelo Estevão. É um complemento importante à pauta que está publicada na seção de artigos.
Daniel Caetano