26.7.04

Mais uma - a Tela Brasilis da semana é uma dica e tanto!

Pois é, nessa quinta-feira, dia 29/07, a Tela Brasilis vai exibir no MAM o filme Garota de Ipanema. Vai ser a comemoração de um ano da Tela Brasilis, junto com a sessão de Limite que vai rolar no Odeon, em parceria com o estação e com a gente aqui da Contra.
Mas não é pouca coisa exibir Garota de Ipanema não - esse filme não tem sido coisa fácil de aparecer, até por razões judiciais. Nunca vi, mas estarei lá pra conferir, com certeza. Sei que foi uma produção da Di Film com a ambição de fazer um filme que arrebentasse nas bilheterias, sei que é com a Márcia Rodrigues, com o Arduíno Colassanti e a Irene Stefânia, e sei também que a equipe do filme é um verdadeiro "quem-é-quem" daquela turma que tornou mítico aquele lugar e aquela época. Os roteiristas são o diretor, Leon Hirszman, mais Glauber Rocha, Eduardo Coutinho e Vinícius de Moraes. Elenco e equipe técnica, como comentei, estão recheados de personalidades, mas nem adianta tentar listar. Sugiro ver na página do Imdb.
Ah, sim: até onde se sabe, a empreitada não deu certo - e o filme não fez o sucesso de bilheteria esperado. Bem, não sei vocês, mas a essa altura eu não me importo muito com isso - estarei lá, com certeza.
Também vai ser exibido na sessão do MAM um curta de 1968 sobre Chico Buarque, Chico - Retrato em Branco e Preto.
Daniel Caetano

24.7.04

Dicas...

Dêem uma olhada no site do Remier, indicado pelo Felipe aí na notinha de baixo - no lado direito, lá embaixo, a gente pode ver numa legenda pra uma foto de Hitchcock um pouco do humor de Remier Lion.
Bem, mas além dessa dica de programação no post aí debaixo, pro sábado (imperdível!), tem mais duas pra anunciar aqui pra semana que vem:

- Nessa segunda-feira, dia 26, a Sessão Jiguê do Cine-Buraco vai exibir o longa O Bravo Guerreiro, do atual diretor da Ancine, Gustavo Dahl - que estará presente para debater o filme com o público. Além disso, tem a exibição de um curta-metragem de Chaplin, O Balneário. Começa mais ou menos às oito e meia da noite.

- E na quarta-feira, dia 28, vai rolar a Mostra de vídeos Fosfobox, às 23:00hs, no Fosfobox Clube, em Copacabana. Vão apresentar diversos curtas e médias, a maior parte bem recentes (tem mais informações sobre os filmes no Curta o Curta). Após a sessão, rola a programação normal do Fosfobox Bar Clube, com discotecagem.
Daniel Caetano

Maldição...

Vale a pena dar uma olhadela no site da mostra mensal que o Remier Lion tá organizando lá na Casa França-Brasil. Com o título-pérola Malditos Filmes Brasileiros, o cara promete algumas raridades do cinema brasileiro da década de 70, focado numa filmografia de pornochanchadas e filmes populares, geralmente ignorada pelas "cabeças pensantes" e adorada pelo grande público daqueles idos anos (que pouco tem a ver com o pequeno-grande-público dos cinemas de hoje...). Esse mês (no dia 31/07, sábado que vem), ele vai exibir Banana Mecânica, de Braz Chediak, com Carlos Imperial estrelando e produzindo. O site tá recheado de informações, iconografia e trechos de entrevistas com o Imperial falando sobre cinema e música, num belo trabalho de arqueologia. Se o site conseguir repetir a façanha para cada filme exibido, só isso já terá sido genial. Ah, sim, o endereço: www.malditosfilmesbrasileiros.blogspot.com.
Felipe Bragança

14.7.04

O Trailer de Olga

Sabemos bem que alguns dos melhores filmes recentes tinham trailers fraquíssimos, e alguns dos melhores trailers eram composições das poucas boas cenas de filmes fracos. Por isso, analisar um trailer não é jamais pré-julgar um filme: é apenas analisar um trailer pelo que ele é (e para isso temos até uma sub-seçãozinha aqui ao lado). No entanto, o trailer de Olga, atualmente em cartaz em muitos cinemas, incita uma reflexão que pede um espaço mais destacado em separado, porque escapa ao olhar direto sobre a forma do trailer - e fala mais sobre o que ele indica. Afinal, tudo no trailer parece querer gritar apenas uma coisa: "Olha como também somos capazes de realizar super-produções de época! E não só brasileiras, mas passadas na Europa!". Não há mais nada no trailer a não ser isso - ou melhor, infelizmente até há: uma cena de sexo cuja iluminação e atuação dos atores lembra algumas das mais descaradas paródias de cenas bregas de amor já vistas. Há ainda no trailer paródias de cenas de discursos para massas, paródias de dramas de maternidade, paródias de "frases históricas" ("Getúlio Vargas isso ou aquilo...").
Mas, afinal, será o filme uma paródia? Parece que não - então resta concluir que o que eles querem mostrar é mesmo a capacidade de produção, o que sempre me lembra os comentários da minha avó sobre miniséries da Globo (e não por acaso, a maioria de Jayme Monjardim): "É incrível como é bonita e bem feita a nossa televisão, não é, meu filho? Quer mais um bolinho?".

"Cinema para as avós!" - não deixa de ser um slogan interessante, e sendo o trailer uma propaganda, me parece que este é o conceito a ser vendido. Ou, se não for, eu não entendi. O fato é que o candidato ao Oscar do ano que vem já parece definido... (e vendo o trailer do indicado holandês deste ano, Irmãs Gêmeas, o Brasil deve ter chance, porque são absolutamente iguais!!).

(Também pede reflexão futura e muito calma a domesticação recente das figuras de resistência - Che Guevara, Cazuza, Olga Benário - em embalagens dramatúrgico-narrativas palatáveis para a "família brasileira" - "este Che é um cara legal", "poxa, como é bonita a história do Cazuza", etc... Mas isso e suas consequências/sintomas deixamos pra beeeem depois)
Eduardo Valente

Grande Waldyr

Domingo à noite fui conferir a nova temporada dos Simpsons na FOX. Como descrever o meu deslumbramento? Chorei de emoção ao ouvir novamente aquela grande voz. Eu, que já estava conformado com a péssima dublagem que a TV brasileira vinha nos oferecendo desde a nona temporada da série, posso gritar orgulhoso: Waldyr Santana, o "eterno Homer Simpson", está de volta! Nada contra o antigo dublador, mas, entre nós: não há como comparar o incomparável para quem não sabe do que estou falando, sugiro que comprem em DVD as primeiras temporadas da série. Ali está a técnica irretocável e o senso cômico incomum de um mestre da dublagem). É verdade que atual temporada ainda conta com alguns erros(Bart, Lisa e Mister Burns liderando a lista dos que estão muito abaixo dos dubladores antigos), mas a volta de Waldyr é tão emocionante que até faz esquecer a decadência latente dos últimos episódios da série. Enfim, já que dublagem é uma arte, não há como não fazer essa homenagem:
Waldyr Santana é um dos maiores artistas brasileiros.
Bolívar Torres

12.7.04

Hoje, segunda-feira 12/7, a partir das 23h na Casa da Matriz (R. Henrique de Novais 34, Botafogo), vamos festejar a inauguração de nosso primeiro escritório ocupando carinhosamente a Pista 2 da festa A Maldita, capitaneada pelos amigos e DJ's Zé e Gordinho (que tocam na Pista 1, claro). No cardápio, discos novos de Jane Birkin, Beastie Boys, Sonic Youth e PJ Harvey se encaixam num repertório em que cabem Leno & Lilian, Missy Elliott, Los Hermanos, Clash, Nick Drake e a indefectível Elizeth Cardoso, que sempre dá as graças para ouvintes selecionados, tarde da noite.
Estejam lá!
Ruy Gardnier

10.7.04

No meio sempre de muito papo jogado fora sobre "parcerias" e "latinamericanismos", deve-se louvar os resultados práticos do tal edital da Ancine com vistas a ajudar no lançamento de filmes argentinos no Brasil. Os resultados de público podem nem ser tão impressionantes, mas foi muito bom ver os lançamentos quase consecutivos de filmes que dificilmente chegariam aqui, como La Ciénega/O Pântano, El Bonaerense/O Outro Lado da Lei, Lugares Comuns, Histórias Mínimas - todos mais ou menos interessantes, nesta ordem decrescente. Resta saber se a recíproca do pacto está ajudando os filmes brasileiros em terras argentinas - mas, só da nossa parte, como espectadores/críticos, já valeu muito a pena.
Eduardo Valente

5.7.04

Cursos!

Julho de 2004 é um mês especial para a Contracampo: está sendo criada, após alguns meses de gestação, a Associação Cultural Contracampo - com direito a sala de produção/reunião/redação na Cinelândia (claro, onde mais?), no Centro do Rio. Esta associação é o braço prático/pessoa jurídica que nasce da revista, tanto para cuidar dos interesses desta quanto para desenvolver várias outras iniciativas do grupo que faz a Contracampo - por exemplo, cuidar da organização de mostras como as do Julio Bressane e do Cinema Brasileiro Anos 90, para as quais tivemos que usar produtoras de amigos como entidade jurídica, mesmo tendo-as organizados nós mesmos (e pelo favor, não esquecemos nunca estes amigos!).
Como disse, várias outras iniciativas estão planejadas, e para isso estaremos sempre avisando aqui. Uma das mais constante será o oferecimento de cursos ministrados por membros da nossa equipe, e esta é a primeira e mais imediata a tomar corpo. Aqui ao lado temos agora um link anunciando estes cursos, dos quais os primeiros serão realizados no novo Ateliê da Imagem - cliquem aqui do lado para saber as novidades. Os primeiros cursos serão no Rio - mas, assim como ministramos um no Cine SESC em julho/agosto de 2003, esperamos estar logo em SP e também em outras cidades/estados.
Contracampo levanta âncora, iça os mastros, mostra sua bandeira e parte para navegar em novos mares. Esperamos continuar contando com o apoio de vocês nestas aventuras.
Eduardo Valente

2.7.04

Programação da semana

No Rio, segunda-feira, dia 5, tem Sessão Jiguê no Cine Buraco. O longa é o filme tcheco Trens Estritamente Vigiados, de Jiri Menzel, e o curta é Um Sol Alaranjado, de um certo Eduardo Valente. O longa eu ainda não vi - mas o curta, não sei se todo mundo aqui sabe, foi bastante elogiado por muita gente boa. O Cine Buraco fica aqui em Laranjeiras, a sessão começa lá pelas oito e meia, mais ou menos.
Quarta-feira, Cachaça Cinema Clube no Odeon - vão exibir os curtas Francamente, Ausência, Concerto Número Três e A Lâmpada e a Flor.
Na sexta feira, rola a primeira Sessão Curta o Curta, evento mensal organizado pela turma do site Curta o Curta no Ateliê da Imagem, na Urca. Tem sessões às 19hs e 21hs, exibindo os filmes O Ovo, LOMO, Boiúna, Automúsica, Laurinha e Das Crianças Ikpeng Para o Mundo. Em breve vamos ter algumas novidades bacanas sobre o Ateliê da Imagem, algumas ligadas à própria Contracampo - entre os cursos que serão oferecidos lá, tem alguns organizados pela equipe daqui do site. Em breve a gente conta tudo com mais detalhes.

Enquanto isso, em Sampa a farra fica por conta de Don Carlone Reichenbach. Como já está sabendo quem acompanha o blog do Carlão, quarta-feira, dia 7 de julho, vai rolar no Cinesesc a primeira Sessão Dupla do Comodoro, com a exibição (em DVD) dos filmes Santa Sangre, do Alejandro Jodorowski, e Canibal Holocausto, do Ruggero Deodato - ambos com legendas em inglês. É às 21hs30, de graça, e os ingressos vão ser distribuídos a partir das 21hs. Pra quem estiver em Sampa, programa imperdível.
Daniel Caetano

Entrevistas

O editor lembrou e a gente passa o link: com a exibição dos filmes Respiro e Do Outro Lado da Lei aqui no Rio, vale fazer a propaganda - a Contracampo já fez entrevistas com seus realizadores, o italiano Emanuele Crialese e o argentino Pablo Trapero, quando eles vieram apresentar seus filmes no Festival do Rio.
Daniel Caetano