20.11.02

Da série Utopia e Barbárie: todos aqui ainda se lembram do quiproquó entre a Riofilme e o projeto Conceição - Autor Bom é Autor Morto? Isso já foi explicado em detalhes numa carta, assinada pela equipe do filme, por mim inclusive, e também já demos o link para as imagens da entrega coletiva do abaixo-assinado. Pois bem, eis que já temos uma posição da empresa - ou, pelo menos, do seu Diretor-presidente. Há coisa de duas semanas, no final de um debate no Mostra Internacional de São Paulo - onde estavam presentes, entre outros, o organizador Leon Cakoff e os diretores Rogério Sganzerla e Paulo César Saraceni -, o sr. Arnaldo Carrilho foi interpelado por uma das componentes da equipe do filme. Deu-nos então seu parecer em altos brados: "Aquilo não é um filme!". Em seguida finalizou, encolerizado: "Quem decide sou eu!"... É isso aí, Superbacana. Aquilo não é um filme!? Essa frase vai entrar no trêiler!... E tem mais: graças ao apoio do Decine-CTAv da Funarte, co-produtor do filme, a finalização esté em pleno andamento - e, se tudo der certo, em seis meses temos cópia final da obra. E todos que quiserem tirar a prova se é ou não um filme vão poder conferir a capacidade de análise dos nossos burocratas de plantão. Por ora, sigamos com as utopias e barbáries nossas de cada dia! (Daniel Caetano)

9.11.02

Sinal de novos tempos? Pode-se até ficar com o pé atrás diante das intenções do Jornal Nacional/TV Globo, mas é agradável perceber que, impulsionadas pelo clima de democracia participativa que toma o país, as Charges, banidas há 15 anos do horário nobre Global, voltaram a ser atrações diárias no Jornal Nacional. Depois de oito anos de política asséptica e do discurso único da era FH, esse tipo de reformulação, mesmo com interesses duvidosos, demonstra o quão saudável pode ser o novo período de ebulição política que se anuncia no Brasil. (Felipe Bragança).

3.11.02

Examinando a programação dos nossos circuitos alternativos de cinema, deparei-me com algo que me deixa perplexo. Asterix e Obelix: Missão Cleópatra no circuito Estação?! Aparentemente, de acordo com o critério do pessoal da programação, blockbuster francês merece o mesmo tratamento que o último Chabrol. Então basta não ser americano pra poder passar em cinema de arte no Brasil? Aliás, essa não é a primeira vez. O famigerado Pacto dos Lobos também havia caído nas graças do circuito de arte... (Carim Azeddine)