26.8.03

Recebi impactado ontem pela noite a notícia da morte de Jairo Ferreira.
O sentimento de desolação é grande e mistura-se a lembranças de conversas em sua casa, nos encontros casuais nos bares e ruas de São Paulo, ou quando das mostras dos seus filmes - ainda a serem descobertos quanto à sua importância estética para o cinema.
Seus textos jornalísticos e o seminal Cinema de Invenção ficam como demonstração de uma grande capacidade analítica em relação aos filmes - pela forma mesma com que o autor estabeleceu esta relação - e como fontes que permitem ao leitor - particularmente aos mais jovens - apaixonar-se desesperadamente pelo cinema.
E aqui uma característica de Jairo Ferreira que compunha o seu enigma individual: a entrega desesperada.
A tristeza e a angústia presentes neste momento não permitem a reflexão, mas unicamente o lamento pela ausência.
EVOÉ JAIRO!
(Arthur Autran)