9.11.06

Você gosta de "Porquês"?

A Criticos.com publicou há alguns dias uma entrevista com o Moniz Vianna feita pelo Evaldo Mocarzel - que já provocou comentários do Calil na Nominimo e do Inácio na Folha. Nela, o crítico aposentado mostra a sua verve de sempre, cheio de opiniões e preferências. Mas sem muitas justificativas para suas escolhas. Moniz Vianna diz que prefere não explicar: "não gosto de porquês". Com todo o respeito que se deve ter com um crítico de 81 anos, esse achismo todo ficou me parecendo meio leviano. Eu pensava que críticos são os caras que estão dispostos a explicar e defender suas escolhas. Mas, enfim... talvez seja esse o preço que o sujeito paga por ter tido preferências diferentes das que o tempo consagrou.
Enquanto isso, na Folha, por conta da reedição do livro Formação da Literatura Brasileira, hoje foi publicada outra entrevista com um crítico veteraníssimo: Antonio Candido. Ao falar de seu estilo, Candido mostra humildade: "Um colega do Rio disse que sou claro por ser superficial, pois as coisas profundas são necessariamente complexas e só podem ser expressas de maneira equivalente. Quem sabe? (...) Mas no fundo não gosto mesmo de termos difíceis, como os que predominaram no tempo da moda estruturalista. Freqüentemente eles são um jeito de dar aparência profunda a coisas simples". Está na Ilustrada de hoje, que pode ser acessada na web por assinantes em duas etapas, aqui e aqui.
Daniel Caetano