9.11.06

Caras do cinema brasileiro

O mais legal de pegar o ônibus-leito para voltar de Sampa, além do conforto, foi ganhar de presente uma edição da Revista Caras - justamente a que anuncia em sua capa a cobertura da abertura do Festival do Rio, que "marca o charme do novo cinema brasileiro".
Ok, é fácil demais fazer humor com as reportagens da Caras, então vou tentar evitar (afinal, já há colunistas da grande imprensa que vivem há anos de escrever esse tipo de avacalhação). De todo modo, fora as belas fotos das atrizes, informando inclusive o nome dos estilistas, surgiram ali algumas frases bem interessantes. A da atriz Giselle Itié parece resumir o sentimento dos presentes ao dizer: "Adoro usar tênis, mas às vezes uma festa black-tie cai bem". Já Nelson Pereira segue me impressionando com seu otimismo ao declarar que "nunca se produziu tanto no país e com tanta qualidade" - pô, parece discurso presidencial! E, pra quem diz que as reportagens da Caras não informam nada, segue aqui uma contra-prova: ao final do texto, ficamos sabendo que Nossa Senhora do Caravaggio, o novo filme de Fábio Barreto, exibido em Gramado no ano passado e escondido desde então, deve estrear até o final do ano. Promissor, né? É como disse o Zelito Viana em uma frase que define a noite e a reportagem da Caras: "É o momento em que o cinema nacional mostra a sua cara". Ora, e quem haverá de negar?
Daniel Caetano