20.11.06

Ancelmo, se eu fosse você...

Bem, eu já publiquei uma nota bem resmungona logo aqui embaixo, mas vou voltar ao assunto de sempre. É que, justamente em meio a uma viagem curta a Aaracaju, calhei de ler a coluna do sergipano Ancelmo Gois com uma nota sobre o sucesso de Se Eu Fosse Você e sobre a diminuição do público dos filmes brasileiros de 2005 para 2006. Olha, dr. Ancelmo, se eu fosse você, desconfiaria um pouco mais dessas notas que o pessoal da Globofilmes anda lhe passando.
Porque a notinha do Ancelmo termina dizendo que a queda de bilheteria se deve a um excesso de "filmes cabeça" e falta de "filme popular".
Ok, tudo bem, a gente fica muito feliz com o imenso sucesso de Se Eu Fosse Você - fez mais de 3,5 milhões de espectadores. Ótimo, mas e o lucro que essa bilheteria rendeu, esse lucro vai financiar algum filme novo ou vai todo para o bolso de... bem, o problema está claro, não é?
Bem que esse lucro todo poderia financiar alguns filmes do tipo "popular", não é mesmo?
Ou será que a "culpa" de tantos "filmes cabeças" e tão poucos "filmes populares" vai ter que ser debitada nos apoios dados pelas empresas estatais através de leis de incentivo?
Seá que não está na hora desse cineminha metido a "profissional" mostrar que sabe viver sem o dindim da Petrobras e do BNDES? Será que não está na hora de parar de enfiar no bolso o lucro dos poucos filmes incentivados que conseguem se pagar?
Doutor Ancelmo, um bom jornalista como o senhor não pode se esquecer da velha regra: siga o dinheiro!
Daniel Caetano