8.6.06

Não se mexe em time que está ganhando!

Está disponível na internet o Projeto de Lei que contém o que o Secretário Orlando Senna chamou de "pacote de bondades".
Nele, o governo, a partir de um documento assinado por Gilberto Gil, Dilma Roussef e Guido Mantega, apresenta ao Congresso a proposta de prorrogação e ampliação da Lei do Audiovisual. O mecanismo mais conhecido da Lei (o de investimento através de cotas negociadas na bolsa de valores, com desconto no imposto de renda) é prorrogado até 2010. O mecanismo usado na Lei Rouanet (o de patrocínio direto, com desconto no imposto de renda) passa a fazer parte da Lei do Audiovisual, com validade até 2016.
Como é sabido, há cineastas que defendem que o mecanismo seja prorrogado por mais uns mil anos, até o ano de 3016. Bem, quem sabe se reelegerem Lula até lá... Ou FHC, já que não faz a menor diferença mesmo...
É de fato curioso perceber que o governo atual demorou três anos e meio para decidir que o melhor a fazer é repetir todos os passos do antecessor. E assim segue a vida no Planalto.
Cá na planície, uma curiosidade: o boletim da Filme B (disponível só para assinantes) nos informa que não há sequer um filme brasileiro entre as vinte maiores bilheterias da semana passada. A vigésima maior bilheteria ficou com 16 Quadras, de Richard Donner, que em sua sétima semana em cartaz obteve 1.559 espectadores. Os filmes brasileiros em cartaz tiveram bilheteria abaixo desse número na semana passada, todos eles. Pudera: as pessoas vão pouco ao cinema hoje em dia - quando vão, têm comportamento de manada, indo em sua imensa maioria ver os mesmos blockbusters. Os outros filmes são vistos em casa.
Há alguma referência no Projeto de Lei a maneiras de fazer os filmes serem acessíveis através de DVDs ou da televisão? Pago um jantar pra quem me apontar.

Mas tudo bem. Com Kaká, Ronaldinho, Ronaldo e Adriano, somados a uma boa aliança com o PMDB, um partido jovem e cheio de propostas, não vai ter quem segure esse país!

Olha, não sei se sou só eu, mas, sinceramente, nessas horas eu fico com saudade do futuro.
Daniel Caetano