23.12.04

Eita Brasirzão besta, seu!

Ó meu Brasil varonil, terra de contrastes, uns com tanto, outros com tão pouco...
Não é que na mesma semana que o MinC revela o resultado de seu suado concurso de produção de longas (destaco de novo: LONGAS) de baixo orçamento, no qual cinco bravos competidores saíram de uma briga com outros 135 roteiros, com R$1 milhão para realizar seus filmes, ficamos sabendo que o Banco do Brasil convidou (assim, sem necessidade de concurso nenhum, sem esforço) oito cineastas brasileiros de "ponta" para realizar filmes de divulgação de fim de ano da referida instituição pública, com a duração de três minutos e um orçamento de R$700 mil cada. Os nomes escolhidos (em produção de Renata Magalhães) eram de pessoas com sabidas dificuldades recentes de conseguirem financiamentos para seus projetos (ou seja: Carla Cammurati, Cacá Diegues, Daniel Filho, Andrucha Waddington, Fernando Meirelles/Nando Olival, Beto Brant e Jorge Furtado).
Tudo muito certo e dentro da Lei, diga-se. Mas, afinal, há que se ver em qual país se pode viver: naquele onde custa 1 milhão fazer um longa, ou naquele onde custa R$700 mil um filmete de três minutos?
Com uma liberdade de expressão deste tamanho, não tem quem não consiga ser "artista independente"!!
Eduardo Valente