6.4.04

Arara Bêbada

Tem novo livro de Dalton Trevisan na praça. Só de ministórias inéditas, dez anos depois de Ah, É? e oito depois de 234 (e cerca de um ano depois dos contos publicados em Capitu Sou Eu). Daltônicos de todo o mundo, uni-vos...

Começa assim, com a ministória Canta, Curitiba:
- Curitiba quer que eu cante para ela.
- ...
- E eu?
_ ...
- Eu quero antes que Curitiba cante para mim.


Mais à frente, nas páginas 14-15, temos as seguintes ministórias em cada uma:
Diante do Túmulo
Diante do túmulo do velho bem-querido. Cabeça trêmula, a velhinha:
- E você? Por que ainda não me enterrou?
Silêncio do velho. Ela, bem zangada:
- Mas o que está esperando?


O Vizinho
O menino:
- A gente assiste tevê na casa do vizinho.
- ...
- Só vamos embora depois que ele reina bastante com a minha mãezinha.


Arara Bêbada já está à venda nas boas livrarias. Na falta de adjetivos melhores: tremenda pauleira.
Daniel Caetano