15.4.03

Além de O Prisioneiro da Grade de Ferro, citado pelo Felipe na nota aí embaixo, a Contracampo também muito se alegra com a premiação do filme Geraldo José - O Som Sem Fronteiras, dirigido por Severino Dadá, que ganhou o prêmio da TV Cultura no mesmo É Tudo Verdade. Se O Prisioneiro... representa uma estréia impressionante de Paulo Sacramento, um realizador que já era promissor em seu primeiro curta-metragem (Ave, produzido pelo curso de cinema da USP), o documentário sobre Geraldo José também é a estréia de um realizador que sabe tudo de cinema - estréia na direção, diga-se, pois Severino Dadá é montador de longa história no cinema brasileiro (para citar um único exemplo entre mais de duzentos filmes, montou O Amuleto de Ogum). A sabedoria cinematográfica de Dadá fez com que produzisse um pequeno grande filme sobre um gigantesco artesão do cinema brasileiro - uma posição política clara, mesmo que discreta, na defesa da riqueza da nossa produção cinematográfica esquecida: um filme sobre um técnico revolucionário, feito por outro grande técnico, num meio cinematográfico que parece só querer se lembrar de teóricos e autores. Querem saber de outras boas razões para o pessoal da redação comemorar esta premiação? A produção foi feita pelo filho de Dadá, nosso compadre André Sampaio, e o roteirista e assistente do diretor é nosso querido colega Luís Alberto Rocha Melo, o célebre Morris Albert!... O filme é uma pequena jóia - mas Geraldo José é grande, e Severino Dadá também.
(Daniel Caetano)