6.8.07

Autores mortos, editores postos...

Pois é. O pior da morte do Bergman e do Antonioni é o que isso nos obrigou a ver publicado por aí. A sorte deles é terem falecido, ou iam acabar morrendo de novo de desgosto se lessem as abobrinhas que suas mortes motivaram. Vocês podem me acusar de parcial, não me importo, mas só salvo dos horrores os textos do Inácio e do Cássio Starling sobre os dois, porque o resto... Enfim, talvez esses dias vindouros nos dêem a alegria de ver outros bons textos sobre os dois, já que a morte motiva essas revisões. Mas o cerca-lourenço que guia as análises sobre a crise de um cinema "autoral" me parece impedir qualquer visão que vá além dos clichês - e, então, só sobra torcer pra que os tais clichês sejam usados com um pouco de inteligência, o que nem sempre é o caso.
Mas vou parar de resmungar pra avisar que, sim, os falecimentos de figuras tão expressivas quanto Bergman e Antonioni (e, antes deles, Edward Yang) devem motivar algumas reflexões por aqui - mas não com a obrigação de respostas imediatas que pauta quase toda a mídia. É assim a Contracampo, bem ou mal.

Além disso, e igualmente importante, devo avisar também que mudaram os editores da seção aqui. O Plano Geral agora será tocado pelos bravos Léo Levis e Rapha Mesquita, os atacantes da seleção da Contra, ainda que eu prometa dar uma ajuda vez por outra, pra eles não se sentirem sozinhos demais. Acho que cabe admitir que meus compromissos recentes e essa transição editorial foram os motivos principais para que a seção tenha ficado parada, coisa que não deve voltar a acontecer. Isso já vem sendo pensado há alguns meses e algumas mudanças por aqui devem ser notadas em breve.
E, assim, esse espaço aqui deve voltar a ficar animado.
Daniel Caetano