19.3.03

A presença em certos coquetéis de divulgação das ações culturais de grandes empresas estatais sempre nos traz algumas impressões soltas... Mesmo que os coquetéis e sua divulgação às vezes custem mais do que os projetos apoiados, talvez isso não seja coisa a se recriminar. Afinal, os coquetéis podem ser divididos por vencedores e pelo resto da turma... Talvez os coquetéis representem o gasto com cultura mais democrático dessas nossas empresas, atualmente - talvez até haja na classe quem se alimente decentemente apenas em dia que tem coquetel... Enfim... Ontem, num desses mais bem-produzidos coquetéis (observa-se pela figuração...), Joel Pizzini, vendo-se rodeado por taças de champagne e canapés saborosos, virou-se para Nelson Pereira dos Santos e soltou a boutade: "- Precisamos publicar o Manifesto da Estética da Fome Zero!". Aí parou, pensou e completou: "Agora a gente só precisa saber que negócio é esse...". Pois é.
(Daniel Caetano)