2.8.04

Tiros em Bush

Ulha!!...
A discussão sobre Fahrenheit 9/11 pegou fogo nos comentários do post aí debaixo, fugindo um bocado do tópico Tarja Preta...
Enfim, eu já falei isso lá na comunidade da Contra no Orkut - meu problema com o filme não é que ele seja datado (até aí tudo bem), e sim que ele seja destinado. Destinado aos eleitores do partido democrata dos EUA, e não a mim.
Nesse aspecto, como o Ruy na sua crítica, acho que a imensa maioria aqui no Brasil concorda com o posicionamento do filme (anti-Bush e anti-guerra no Iraque). E concordo que o filme pode ser bem-sucedido no seu intento (fazer os democratas sairem de casa para votar - fator crucial onde há voto facultativo). Mas, quanto a nós outros, esse tom de concordância geral sobre o ataque a Bush e esse debate sobre manipulação me parecem tremendamente enfadonhos.
Concordando com o Valentoni (e discordando do Ruy), Tiros Em Columbine talvez tenha sido mesmo um filme muito mais cheio de problemas que este - Fahrenheit 9/11 é mais bem-resolvido em seus propósitos e propostas. Mas eram justamente esses problemas (manipulação escrachada; incerteza quanto a soluções para o problema diagnosticado) que tornavam o filme interessante - pelo menos pra mim, foi cinematograficamente bem mais forte.
E aí não temos como fugir da questão - pra quem se destina o filme? Moore pode estar inteiramente certo em fazer um panfleto cheio de ira - tomando posições sem tergiversar, sem pudor de defender o que crê. Mas, pra nós que não votamos, vem a questão: e daí? Fazemos o quê? Aplausos no final da sessão?
Neste nosso caso, a unanimidade talvez não seja burra, mas certamente é inútil.
Daniel Caetano