30.9.03

Festival do Rio 2003 (II) - A título de dica e aviso ao leitor amigo
Na enxurrada de filmes de um festival, além do cansaço normal, o fato é que passamos por uma série (às vezes bem grande) de filmes que adicionam muito pouco a qualquer análise do cinema mundial hoje. Não é raro, quando deparados com isso, que tomemos o caminho da porta antes do final do filme (muitas vezes até, logo no início), e com isso o leitor fica sem referências do filme. Claro que é completamente anti-ético escrever qualquer texto sobre um filme que não se viu inteiro. De todo modo, vale o aviso ao amigo-leitor, sempre correndo atrás de ver o máximo de filmes no mínimo de tempo. Então, inauguro aqui a seção "Saímos no meio"... Se alguém viu até o fim e discordar, comenta aí!
A Súplica, de Dariush Yari - Na verdade, saí com 10 minutos. Cinema iraniano "for export" da pior cepa, pior do que os piores momentos de Majid Majidi e cia limitada. Cheio de efeitos baratos de manipulação (câmera lenta, música exagerada, closes), atuações bisonhas, mise-en-scène indefensável. Em dez minutos deu pra ver que só mesmo se o cineasta aprendesse a dirigir ao longo do filme, o que é altamente improvável.
Jonny Vang, de Jens Lien - O cinema nórdico nos manda com frequência nos festivais exemplares do seu cinema mais comercialóide, que repisa os clichês de gênero sem qualquer ar ou tintas novas. Não chegam a ser filmes horrendos, mas são algo de muito pior na correria de um festival: são filmes medíocres, que não acrescentam nada e se encaixam às mil maravilhas na definição "plenamente perdível".
(Eduardo Valente)