28.8.04

A comissão incumbida de escolher o candidato brasileiro ao Oscar de filme estrangeiro tem um desafio pela frente: escolher ou não Olga?
Como o critério de seleção costuma ser menos estético e mais oportuno (escolhendo sempre o filme com características que sugerem ter maior chance de indicação da Academia), supõe-se de antemão o favoritismo da produção de Rita Buzar e Jayme Monjardim, com suas evidências muito apropriadas para a apreciação da comissão dessa categoria - dominada por eleitores mais velhos (e com tempo de sobra para ver os mais de 40 pré-candidatos), que costumam receber de braços abertos e lágrimas nos olhos os dramas sentimentais (ainda mais com o contexto do Holocausto, de uma mãe que perde a filha, de um amor inviabilizado pela "História"). Por outro lado, como pelo menos dois integrantes da comissão não topam os excessos de Olga, fica a interrogação: o grupo escolherá um filme que consideram fraco (ou ruim) para este representar o cinema brasileiro? Ou deixarão de lado o critério habitual para escolher outro?
Se o primeiro caso for confirmado, é questionável a necessidade de existência de uma comissão, pois o escolhido parece já ser pré-determinado. Se a segunda hipótese for seguida, então surge outra interrogação: qual será a opção? Cazuza em Hollywood?
Cléber Eduardo