9.7.03

Ir à Cinemateca do MAM pode trazer à memória coisas bastante tristes que aconteceram recentemente e que, bem, sejamos sinceros, ainda estão acontecendo - de uma maneira muito ruim. Não é muito fácil a gente ver aquele estardalhaço todo que rolou, com uma tremenda mobilização por um curto período, acabar tendo rendimento zero na prática (onde está a Cinemateca Carioca que a prefeitura ia construir? e a verba para ampliar a reserva técnica do Arquivo Nacional para caberem os filmes?) - o que dá um certo gosto amargo ir lá, mesmo que seja porque uma turma bacana quer reerguer um espaço histórico. Há um acervo maravilhoso no MAM, e provavelmente o melhor a fazer é ir vê-lo e fingir dissociar um passeio pelo MAM do apodrecimento dos filmes brasileiros antigos.
Enfim... Como já vem sendo divulgado por aí - e foi anunciado aqui pela Mariana Mansur num comentário a um post ali embaixo - a Cinemateca do MAM continua como sala de exibição do acervo de cópias de filmes estrangeiros. E, bem, todo mundo já sabe que esse acervo é excepcional. Esse mês já foram apresentados filmes de uns caras chamados Edison, Lumière e Griffith (e mais alguns) e fizeram também uma homenagem ao Wally Salomão passando o Gregório de Mattos da Ana Carolina. E, bem, nessa sexta-feira, às seis e meia, vai passar um filme do Alejandro Jodorowski chamado Fando y Lis - e desde já essa está sendo a boa pra começar o fim de semana. Jodorowski em película por estas bandas é coisa a se comemorar.
Isso evidencia que, mal ou bem, como sala de exibição o MAM é promissor. É pena que aquela outra questão ainda traz um cheiro ruim nas visitas ao museu. Quem sabe um dia isso muda - até porque a turma que está trabalhando pra reerguer aquilo lá com certeza não merece isso, e é muito bacana que estejam exibindo novamente um pouco daquele fabuloso acervo de filmes.
(Daniel Caetano)