17.9.02

- O filósofo Edgar Morin, um dos maiores pensadores vivos, esteve no último dia 16 na PUC de Porto Alegre, para o seminário Cultura, Poder e Tolerância no Mundo Complexo. Entre alguns dos seus pensamentos simples, que na sua junção formam o pensamento complexo exposto pelo francês, impossível, para uma revista de cinema, ignorar esse: “A arte é o momento de compreensão do ser humano”. Morin citou O Poderoso Chefão como um exemplo em que personagens com atitudes criminosas encontram momentos de humanidade, de afeição, de laços familiares. Chaplin foi outro exemplo citado. Quando vemos Carlitos, disse o filósofo, nos afeiçoamos pelo vagabundo, mas quando vemos os vagabundos nas ruas, os tememos, ou os ignoramos. Em tempos de Cidade de Deus invadindo os shoppings centers e trazendo o morro para baixo, para o cotidiano da elite brasileira, não podia haver reflexão mais oportuna. (Bolívar Torres - 17/09/2002)