27.10.05

Uma Mostra Portuguesa, com Certeza

O leitor notará que o ritmo das atualizações na cobertura da Mostra de São Paulo tem sido um pouco menor do que no Festival do Rio. Isso tem motivo, e o motivo tem nome: Manoel de Oliveira. Por conta de uma retrospectiva quase completa da sua obra, incluindo muitos filmes jamais vistos em cinema por aqui, a programação da maioria dos redatores está sendo quase toda ocupada pelo simpático velhinho... anteontem, por exemplo, teve filme de sete horas e meia; ontem, quatro filmes seguidos... Isso quando não se consegue um tempo ainda de ir atrás da retrospectiva, também substancial, de Victor Sjöstrom. Como, de resto, os principais títulos foram exibidos no Rio (as exceções - como Cronenberg, Guediguian, etc - prometemos cobrir logo), nos desculpamos pelo menor ritmo atual. Ideal seria que retrospectivas como estas não acontecessem simultaneamente com o momento de nos colocarmos em dia com a produção contemporânea mundial, mas não adianta sonhar que estamos em Paris...
Fica uma dica e um aviso: primeiro, a dica, porque não existe isso de concorrência, é que o leitor acompanhe também a cobertura do Cine Imperfeito e, em especial, do Cinequanon.art, onde os redatores se multiplicam pelas salas seguindo os filmes mais obscuros. O aviso: tanta atenção da redação a Manoel de Oliveira, é claro, se refletirá em detalhes na próxima edição da Contracampo.
Eduardo Valente