21.2.06

Cachaça!

Bem, devido a uma confusão do Blogger os comentários da nota sobre o lançamento de Zombie sumiram, porque eu tive que republicar o texto (dessa vez a culpa não é do ennetation). Mas, além de um curto comentário (do Diego) defendendo O Ano do Dragão (não gosto muito dos filmes do Cimino, sinceramente), tinha um outro do Fernando Severo que, entre outras coisas, sugeria a divulgação da próxima sessão do Cachaça.
Oras, mas o Cachaça hoje em dia faz tanto sucesso que nem precisa divulgar! Aliás, isso parece piada, mas pelo jeito eles nem estão divulgando muito mesmo... Mas justamente por isso vale avisar que vai ter sessão no Odeon amanhã, dia 22/02, com a exibição de curtas escalados originalmente pelo Carlão Reichenbach para uma Sessão do Comodoro - no site do Cachaça tem o programa da noite. Pra quem estiver no Rio, taí a oportunidade pra começar o carnaval em alto estilo!
(se bem que parece que o DJ vai ser proibido de tocar samba nessa ocasião, o que, convenhamos, é um absurdo!)

Além disso, o Severo leitor entristeceu-se com a saída do Valente daqui da Contra e reclamou da inclusão de Penetras Bons de Bico na lista de melhores de 2005 da revista. Olha, Severo, lamento te decepcionar, mas isso soa incoerente - o próprio Eduardo foi justamente o primeiro da redação (na época, né?) a dizer que Wedding Crashers era uma obra-prima.
E é.
Daniel Caetano

Palhaçada

Olha, essa história da Prefeitura do Rio de Janeiro limitar os incentivos à cultura pela Lei do ISS a projetos que tratem do tema da chegada da corte ao Rio de Janeiro, noticiada pelo jornal O Globo, é uma piada de muito mau gosto, sem dúvida - caceta, que tema bizarro!
Mas, para além disso, essa atitude imbecil desnuda alguns atores do nosso pobre cenário cultural. Afinal de contas, há pouco mais de um ano houve uma gritaria ridícula em torno de um possível "dirigismo cultural" que, se alguns projetos insinuavam, nenhum ato confirmou. Mesmo assim, em torno dessa lenga-lenga estúpida se uniram diversos jornalistas cariocas (do próprio O Globo) e cineastas da velha-guarda. E agora, caras-pálidas? Bem, agora a empresa de Luiz Carlos Barreto comemora a decisão da dupla dinâmica César Maia-Ricardo Macieira. Que palhaçada, hein?
E agora, Cacá Diegues? E agora, seu Jabor? E agora, seu Ancelmo Góes? E agora, Luiz Carlos Barreto, Zelito Viana e quetais? Será que esse tal "dirigismo cultural" só é condenável quando o dinheiro vai pro bolso alheio?
Sinceramente, tem umas figuras que a gente até tenta, mas não dá pra levar a sério. O pessoal se esforça, viu?
Daniel Caetano

Fulci

Dica de filme pra comprar nas bancas de jornal: Zombie - A volta dos mortos, do Lucio Fulci.
É bom avisar, de todo modo, que não é filme pra quem costume reclamar de cenas violentas e tripas aparecendo. Quando alguém disser que os filmes de horror do Fulci são viscerais, acreditem, o sentido é literal. Mas o jeito que o moço filma é impressionante. Os melhores filmes do Fulci têm uma relação de intensidade excessiva e de fé no gênero que acho que só é comparável aos faroestes do Sergio Leone.

O filme foi lançado em DVD acompanhando a nova edição da Cine Monstro, que voltou a ser publicada há dois meses, depois de um período sumida. A revista ficou menor, mantendo o espaço para textos sobre o filme em DVD e sobre os principais lançamentos de filmes fantásticos e de horror lançados recentemente (o que não é pouca coisa), e já lançou duas outras edições recentemente, que ainda podem ser achadas por aí: uma primeira com Coração Satânico, do Alan Parker, a seguinte com Phenomena, do Dario Argento. Vale o registro de que os filmes lançados, além de mostrar uma linha com o perfil da revista, são todos bem bons - o primeiro é provavelmente o melhor filme do Alan Parker (e, junto com O Selvagem da Motocicleta, também é o melhor do Mickey Rourke) e o segundo é um Argento em plena forma, apresentando uma lindamente jovem Jennifer Connelly.
Certamente, é o caso de acompanhar a iniciativa com interesse pra ver o que se segue.
(E podiam lançar mais um Fulci depois desse Zombie, né? Bem que podia ser a obra-prima dele, o filme L'Aldilà/The Beyond, que no Brasil foi lançado com mais de um título - Terror nas trevas é o mais comum).
Daniel Caetano

8.2.06

A voz dos donos e o dono da voz

Falando em nome da Contracampo, a gente considerou necessário publicar aqui ao lado uma carta do Cléber Eduardo sobre o caso de manipulação de informações em que foi envolvido pela editoria da Revista Época. Por natureza, o caso é absolutamente lamentável - e o colega e amigo tem todo o nosso apoio nessa briga.
Mas há também um aspecto bizarro no gesto ao mesmo tempo anti-ético e trapalhão que o Cléber relata - é que forçar a barra e colocar a assinatura dele num texto panfletário foi simplesmente um tiro no pé sem razão. Não é difícil conjecturar que um texto naquele teor interessa à direção da Globofilmes e, por extensão, das organizações Globo, das quais a revista Época faz parte, mas o surpreendente é o valor que se deu à assinatura do Cléber - sem desmerecimento: os textos do Cléber valem não pelo nome, mas pelas idéias dele, idéias que não compunham o texto apócrifo. Será que a "reportagem" perderia tanto valor para os leitores se tivesse apenas a assinatura do editor de cultura da revista? E mais: será que uma reportagem de autoria negada pode servir para qualquer objetivo inicialmente traçado?
Que nada. Tem gente ali na editoria que parece ser mais realista que o rei (no caso, a Globo). Isso revela um pouco da soberba e da arrogância das editorias (sobretudo as de cultura) que comandam nossos principais jornais e revistas, que não só agem com a certeza de que podem inventar notícias (vale repetir: a Época publicou um artigo que defendeu uma tese a partir de dados que a editoria já sabia serem equivocados) como supõem que podem atochar nos seus subordinados a responsabilidade por esses desrespeitos aos fatos e aos seus leitores.
Usei o plural porque isso não acontece somente na Época - a concorrente Veja também é craque em publicar números falsos para comprovar teorias "polêmicas" mal-ajambradas. Parece que a Época quer chegar ao nível da Veja - e isso sim é uma péssima notícia.
Todo apoio ao Cléber, pois.
Daniel Caetano

1.2.06

Oficina de Direção com Ruy Guerra

Continuando o excelente trabalho feito em 2005, quando promoveu quatro cursos sobre cinema, neste ano a Kinoarte (Instituto de Cinema e Vídeo de Londrina) já agendou duas novas oficinas: direção (Ruy Guerra) e direção de atores (Walter Lima Jr.). A Oficina de Direção com o cineasta Ruy Guerra será realizada entre 6 e 10 de fevereiro, com custo de R$ 150,00, na Escola Pró-Linguagem (Avenida Higienópolis, 174, sobreloja). Pela manhã, serão exibidos cinco filmes de Ruy Guerra, que irá comentá-los à tarde. As inscrições podem ser feitas até o dia 2 de fevereiro de duas formas: no site da Mostra de Cinema de Londrina ou no Departamento de Ação Cultural da Secretaria de Cultura de Londrina. Representantes da Kinoarte e da Mostra selecionarão os alunos a partir da análise das fichas preenchidas e a seleção dos inscritos será divulgada no dia 4. Mais informações podem ser obtidas com Bruno Gehring no telefone (43)9993-0054 ou no próprio site.
Luiz Carlos Oliveira Jr.