21.11.05

Contracampo no papel!

Já chegou às livrarias o primeiro livro publicado pelo selo Contracampo da Azougue Editorial. Com organização do nosso intrépido Daniel Caetano, Cinema Brasileiro 95-05: ensaios sobre uma década é uma revisão crítica radical dos últimos dez anos do cinema brasileiro, reunindo artigos de redatores e colaboradores de Contracampo, abordando desde análises temáticas-estilísticas até estudos sobre alguns dos aspectos e efeitos das políticas culturais vigentes no país no período. Com 352 páginas, o livro reúne ainda entrevistas inéditas com alguns dos principais nomes da realização cinematográfica no país, como Beto Brant, Paulo Sacramento, Walter Salles e Carlos Reichenbach, entre outros. Para além dos clichês cansados da "retomada" ou da "diversidade", o livro se debruça sobre o cinema brasileiro de forma ao mesmo tempo apaixonada e crítica, destrinchando aspectos, apontando caminhos, confrontando a preguiça. Que vontade de cinema reside hoje em nossos filmes? Que caminhos eles traçam em comum ou em divergência? Para além da sobrevivência de uma cinematografia, o que pode hoje o cinema brasileiro? Cinema Brasileiro 95-05: ensaios sobre uma década é um convite aberto e renovado sobre essas questões.
(Mais informações podem ser obtidas no site da Azougue).
Felipe Bragança

16.11.05

Sessão Pepa Filmes no Beco do Rato

Dica boa pra semana: o Cineclube Beco do Rato, criado há algumas semanas por Frederico Cardoso e sua turma vinda da cooperativa Fora do Eixo, tem organizado encontros semanais na sua sede, na Lapa, apresentando curtas-metragens e/ou rodas de choro. E amanhã, quinta-feira, 17/11, a sessão de curtas vai apresentar o melhor da produção de curtas da Pepa Filmes, produtora já bastante conhecida no nosso circuito alternativo daqui do Rio.
Fica então a dica - o Beco do Rato fica na na Rua Morais e Vale, 08/201, perto da Rua da Lapa. A roda de choro começa às 19h30 e, em seguida, rola a sessão de curtas.
Daniel Caetano

14.11.05

Seminário em Londrina

Ao longo desta semana a Contracampo estará promovendo, em parceria com a Kinoarte, um seminário sobre o cinema contemporâneo, privilegiando cinematografias e/ou cineastas ainda pouco vistos e pouco debatidos no Brasil. O evento está integrado ao prodigioso quadro de oficinas da 7ª Mostra Londrina de Cinema, organizada por Rodrigo Grota, Guilherme Peraro e Bruno Gehring (mais detalhes podem ser conferidos no site da mostra).
Desde uma obra reconhecidamente decisiva para o cinema contemporâneo como Adeus ao Sul (Hou Hsiao-hsien) até a maravilhosa surpresa que representa um filme como A Virgem Desnudada por seus Celibatários, de Hong Sang-soo, o maior cineasta revelado pelo recente boom do cinema sul-coreano, a programação propõe a visita a uma parte importante desse vasto universo de filmes que aqui só chegam às salas escuras em épocas de festivais - às vezes nem isso, como é o caso de Hong Sang-soo -, e mesmo assim se restringindo ao eixo Rio-São Paulo.
Seis filmes serão exibidos de segunda, dia 14/11, até sábado, dia 19/11, na Casa de Cultura da Universidade Estadual de Londrina, sempre às 19 horas, com entrada franca. Em todas as sessões haverá uma breve apresentação da obra e depois um debate sobre o filme, o cineasta e a cinematografia em questão. É mais uma chance de compartilhar reflexões sobre o cinema contemporâneo e, acima de tudo, cultivar uma paixão. Eis a programação completa:
dia 14 - Adeus ao Sul, de Hou Hsiao-hsien;
dia 15 - Fim de Agosto, Começo de Setembro, de Olivier Assayas;
dia 16 - A Virgem Desnudada por seus Celibatários, de Hong Sang-soo;
dia 17 - Shara, de Naomi Kawase;
dia 18 - filme argentino a programar;
dia 19 - Mal dos Trópicos, de Apichatpong Weerasethakul.
Luiz Carlos Oliveira Jr.

11.11.05

O Mistério de Carnaval na Lama!

Está chegando o último fim-de-semana da Retrospectiva Rogério Sganzerla: Cinema do Caos que acontece no CCBB-RJ. Além de ter mais algumas chances para ver filmes raros e algumas obras-primas, amanhã, sábado 12/11, haverá a exibição de um raríssimo trecho recuperado do filme Carnaval na Lama, considerado perdido há anos. A sessão, especialíssima, será seguida de debate onde se discutirá o estágio de restauração e as memórias do filme, com a presença de Eliseu Visconti (montador) e Patrícia di Filippi (da Cinemateca Brasileira). Com as salas cheias, filas na porta dos debates e mais de mil catálogos-livro distribuídos, a mostra tem dado muito orgulho e alegria para a equipe da Contracampo que correu atrás dos filmes e documentos raros e que organizou tudo para que estivesse à altura de seu homenageado. Peço licença para o elogio aos amigos: esse tipo de coisa é que marca e traz satisfação por estar no meio dessa turma apaixonada.
Felipe Bragança

10.11.05

O caos da Organização

E hoje, quinta-feira, haverá no Odeon mais uma vez um grande evento de estréia dos filmes d'A Organização capitaneada por Samir Abujamra, com a folclórica distribuição de um real para cada espectador de cada sessão. Há anos isso se repete - A Organização é um evento/grupo que Samir agita com mais uma porção de gente para fazer e exibir curtas-metragens. Há anos, é um evento que exibe dezenas de curtas-metragens inéditos feitos sem qualquer apoio de concursos ou escolas. E, como os próprios filmes que promove, a iniciativa se mantém sem patrocínios - neste ano, foi realizado um leilão com objetos doados para que ela se realizasse. Junta-se uma série de pessoas que se comprometem a entregar filmes inéditos num determinado prazo; é apenas isso que une os filmes, o ineditismo e a data de produção. E a vontade de fazer, é óbvio.
E é isso que faz do evento algo realmente interessante (e ao mesmo tempo o limita), com os altos e baixos dos filmes e para além da ironia da distribuição de moedas de um real: há algo a se comemorar nessa "vontade de fazer" quando ela se realiza em tantos filmes diferentes, que se apresentam no esquema festivo dessa cinefolia (pra usar um termo criado pelo JR). Nosso pobre cenário estaria mais pobre e menos divertido sem a turma do Samir, como estaria mais pobre sem tantos outros que vêm acontecendo (Cachaça, Cine-Buraco, Atacadão etc).
Fica aí a dica, então - a programação pode ser conferida no curta o curta. Entre as sessões de filmes, vai rolar também shows rápidos do grupo Lafayette e os Tremendões e, depois das sessões, vai ter festa com o Cordão do Bola Preta.
Daniel Caetano

4.11.05

Cineclube da ABD&C

Além da mostra dedicada a mister Sganzerla no CCBB, o fim de semana tem um outro programa dos bons: a volta do cineclube da ABD&C do Rio, na Casa de Rui Barbosa, em Botafogo. Vão ser exibidos curtas ao longo de novembro, e a programação de amanhã é a seguinte: O Nome Dele (O Clóvis), dos nossos contracampistas Felipe e Marina, Na Idade da Imagem, do Bruno Safadi, Tropel, do Eduardo Nunes, e A História da Eternidade, do Camilo Cavalcante. Acontece às 16hs, e também haverá sessões de curtas nos próximos sábados de novembro.
Daniel Caetano

1.11.05

Ainda sobre cobertura dos festivais

Como é tarefa quase insana dar conta dos filmes em exibição no Rio e em SP ao longo destas semanas, vale esclarecer o leitor sobre algumas ausências: No caso de alguns filmes brasileiros fundamentais (como Crime Delicado, O Fim e o Princípio, Cidade Baixa - que embora tenha uma crônica sobre ele aqui no PG, ainda não tem crítica na cobertura), como estréiam nos próximos meses, preferimos dar uma cobertura cuidadosa nas edições seguintes a fazer textos escritos com rapidez agora, embora boa parte da redação os tenha visto, como atestam os quadros de cotação. Nos parece mais adequado e útil a leitores e aos filmes.
Sobre outros filmes que estréiam logo, como A Grande Viagem, ABC do Amor, Violação de Domicílio ou Mistérios da Carne, que foram vistos por um ou outro membro da redação (inclusive com avaliações positivas), também não houve tempo hábil para escrever sobre eles, já que preferimos centrar baterias naquilo que passa exclusivamente nos festivais.
E, é fato, houve aqueles filmes que simplesmente nos desinteressaram de escrever sobre, filmes que parecem só "cumprir tabela" para inflar os números impressionantes de obras exibidas nos eventos. Muitos deles, aliás, abandonamos na metade (caso, em SP, por exemplo, de St. Francis Bird Tour, Frozen ou Sonho Tcheco), e é claro que não podemos escrever. Mas há casos curiosos, como o do filme novo de Amos Gitai que, visto por boa parte da redação, simplesmente não inspirou ninguém a escrever. Deve querer dizer alguma coisa...
E há ainda as centenas de filmes que nem vimos, entre os que estréiam depois ou não. No primeiro caso, esperamos dar conta deles depois. No segundo, bem, c'est la vie. Não se pode ver tudo... Pode até ter acontecido de alguma pequena obra-prima passar batida, mas, convenhamos, não é provável. Assim como foi o caso no Rio, acompanhem a atualização da cobertura de SP ao longo da semana seguinte, da repescagem, onde terminaremos alguns textos importantes, e na próxima edição, como já anunciado, damos uma geral no que foi visto, em especial nas retrospectivas (e em especial em Manoel de Oliveira), mas não só.
E obrigado a quem nos acompanhou nas maratonas.
Eduardo Valente