30.4.04

Di, disponível!

O Marcelo Miranda, redator do site Cinefilia, deixou uma dica de ouro num comentário pro post aí embaixo, dica tão preciosa que friso aqui: DI, o curta-metragem do Glauber Rocha que registra o funeral de Di Cavalcanti, está disponível para download na internet, sabe-se lá até quando. Como já é bem sabido, Di é uma tremenda obra-prima que até o momento está proibida no Brasil pela família do homenageado (embora haja quem conteste juridicamente essa proibição).
U-lá-lá, taí um presente e tanto - vou pedir pra um dos amigos com todos os aparelhos que gravem pra mim, porque a cópia que rolava direto tá numa VHS sem cor. O último a downloadear é mulher do padre.
Daniel Caetano

29.4.04

A Noiva estava de amarelo

Outra coisa: Kill Bill. Essa discussão nos comentários aí embaixo sobre possíveis intenções que o Ruy viu no uso do P/B me intrigou um pouco. Beleza, a versão oriental é toda a cores, não tem P/B, portanto isso não diz nada... será? E por que na versão ocidental tem trechos em P/B? Será que alguém suspeita que faltou negativo a cores na filmagem (ou foi uma distração no laboratório)? Ou alguma intenção (num sentido amplo) dá pra desconfiar que tem nos trechos em P/B na versão ocidental?
Sim, claro, parece que o diretor disse em entrevistas algumas coisas sobre preferir a versão oriental. Fico curioso em saber se ele não falou o contrário no Japão, mas ele de fato afirmou isso. Então talvez a hipótese de terem errado de negativo no laboratório faça sentido... O tal piscar de olhos da Uma Thurman deve ser coincidência!

Enfim, há algo que me parece curioso nessas duas versões apresentadas, para além da óbvia contraposição que já se apresentava com a história da Miramax com Gangues de Nova York, com a liberdade dada ao Tarantino (uma vez dividido o filme em dois), ao contrário da montagem do filme do Scorsese. Enquanto Gangues de Nova York, que Scorsese planejava como um filme mais longo, ganhou uma versão definitiva que o diretor reconhece como única, sem interesse em refazer os cortes, Tarantino fez duas versões e reconhece ambas como o mesmo Kill Bill volume 1. Com algumas diferenças, o mesmo filme. Qual é a versão "certa", a definitiva do diretor? Olha, a diferença é essa, é a relação do diretor com o filme que fez, a diferença imensa entre Scorsese e Tarantino. Para Scorsese o filme foi aquele que estava pronto, o filme é um só, e basta. Para Tarantino, o mesmo filme Kill Bill volume 1 pode ter mais de uma versão definitiva, e é essa indefinição autorizada que é o truque.
Daniel Caetano

Blog do Ruy

Ruygard pede pra avisar que voltou com seu blog sobre música, o Pra Coisa Nenhuma. Mesmo.
O Fernando uma vez aproveitou a amizade pra descrever o blog do Ruy como "só para iniciados. Mesmo".
Então, tá feita aí a propaganda.
Daniel Caetano

17.4.04

Como não se vive só de cinema (ainda bem), segunda-feira tem mais uma participação dos DJs da Contracampo na pista 2 da Casa da Matriz, dentro da festa A Maldita. Tá todo mundo (do Rio, claro) convidado para saber o que a gente gosta de ouvir, já que aqui a gente está sempre dizendo o que gosta de ver.
Eduardo Valente

16.4.04

CTAVs país afora

Há uma notícia circulando por jornais e listas cuja mais importante parte vem passando um tanto despercebida. Soube-se que Orlando Senna participou em nome da SAV da abertura de um curso de cinema e de um centro técnico em Brasília. Todos por aí, a começar pela própria divulgação do MinC, vêm ressaltando a abertura da escola - que é um fato ótimo, é importante haver escolas de cinema para formar profissionais no país inteiro.
Mas pouco se falou na criação do Centro Técnico de Audiovisual do Centro-Oeste - então ficam registrados aqui os parabéns pela iniciativa e a torcida pra que ela prospere.
Ainda que o MinC, como todo esse governo, esteja tendo problemas com a falta de grana e com a dificuldade de reestruturar todas as iniciativas governamentais (coisa mais justificada na Cultura do que em outros setores, devido à herança deixada, é preciso notar), essa atitude - a criação de CTAVs regionais - é animadora a valer e indica que boa-vontade não falta. Para montar um CTAV realmente eficiente é preciso bem mais do que boa-vontade (leia-se: grana), mas esse primeiro passo é importantíssimo. A ajuda do CTAV daqui do Rio aos filmes baratésimos é fundamental (isso eu posso garantir), e a abertura de outros centros país afora é um caminho necessário pra dar suporte à produção de cinema que realmente ainda precisa ser apoiada, a dos filmes que não ganham dinheiro na BR Distribuidora nem nos balcões da Lei do Audiovisual, quase todos curtas e documentários.
Então, torcemos todos para que a idéia vá adiante e outros CTAVs também sejam abertos em outras capitais.
Daniel Caetano

Uma entrevista e um diário de filmagem

Seguem aí dois links:
- Há uma entrevista com Nelson Pereira dos Santos no Pasquim dessa semana, disponível nas bancas e no site do jornal. Dica do nosso colaborador RD.
- José Eduardo Belmonte está publicando num blog o diário de filmagem do seu segundo longa, em produção, chamado A Concepção.
Daniel Caetano

13.4.04

Harmada - Sessão Fechada Especial

Os alunos de cinema que moram no Rio têm uma chance boa nessa quinta-feira, dia 15, de ver o novo filme de um dos principais cineastas surgidos no Brasil nos anos 60, que as vicissitudes da nossa "proto-indústria" menos permitiu que filmasse nos últimos anos. Harmada, de Maurice Capovilla, passa às 19h no MAM, numa sessão fechada especial para os estudantes. É o Capô (cujo longa anterior data de 1976!!), sempre inquieto, levando adiante seu espírito de mestre, professor, educador, e querendo grudar seu filme com a juventude de hoje (ao contrário de outros cineastas que insistem nas teses de que "nunca houve juventude como a minha"...).
Eduardo Valente

6.4.04

Arara Bêbada

Tem novo livro de Dalton Trevisan na praça. Só de ministórias inéditas, dez anos depois de Ah, É? e oito depois de 234 (e cerca de um ano depois dos contos publicados em Capitu Sou Eu). Daltônicos de todo o mundo, uni-vos...

Começa assim, com a ministória Canta, Curitiba:
- Curitiba quer que eu cante para ela.
- ...
- E eu?
_ ...
- Eu quero antes que Curitiba cante para mim.


Mais à frente, nas páginas 14-15, temos as seguintes ministórias em cada uma:
Diante do Túmulo
Diante do túmulo do velho bem-querido. Cabeça trêmula, a velhinha:
- E você? Por que ainda não me enterrou?
Silêncio do velho. Ela, bem zangada:
- Mas o que está esperando?


O Vizinho
O menino:
- A gente assiste tevê na casa do vizinho.
- ...
- Só vamos embora depois que ele reina bastante com a minha mãezinha.


Arara Bêbada já está à venda nas boas livrarias. Na falta de adjetivos melhores: tremenda pauleira.
Daniel Caetano