28.2.03

Revendo hoje O Homem Sem Passado, bom filme na primeira visão, obra-prima na revisão, me deparei com um diálogo matematicamente surrealista. O personagem bom de copo que mora no container pergunta ao desmemoriado:
- Quanto é 8x 8?
O desmemoriado responde:
- 61.
O bom de copo corrige:
- Errou, é 62.
Dúvida: ou Kaurismaki é ruim de conta, ou a cena mostra como alguém com memória é tão ruim de conta quanto alguém sem memória ou o tradutor é ruim à beça e faltou nas aulas de matemática do mobral. Como não sei nada de finlandês, ficarei sem saber a resposta.
Ah, 8x8 é 63. (Cléber Eduardo)

26.2.03

Tem aquela piada do Annie Hall, quando Woody Allen pede para Diane Keaton voltar para Nova Iorque e ela diz que prefere ficar porque o novo namorado vai participar do Grammy. E Woody responde : "E qual vai ser o prêmio? Tampões de ouvido?".
É, só que dessa vez os caras acertaram. Norah Jones - uma grande artista. (Bolívar Torres)

11.2.03

Poxa vida, que inveja eu tenho dos amiguinhos Felipe e Cléber, que tiveram uma discussão tão séria e embasada sobre Deus é Brasileiro, como se pode ver nas nossas Críticas. Eu confesso que não consegui ver nada de interessante no filme, além da bizarra textura da foto pós-tratamento digital. Fiquei mesmo me perguntando: "Mas o que diabos (com trocadilho) ele quer com esse filme?" Na saída, a resposta: uma velhinha solitária (fui numa sessão de 14h30 em pleno Largo do Machado...) me procurou: "Adorei o filme! Quero ir conhecer o Tocantins!!" Aí, saindo da sessão, vi um outdoor: "Deus é Brasileiro, mas Alagoas é ainda melhor" (ou algo assim). Aí, entendi: o cinema brasileiro quer ultrapassar as escolas de samba como grande divulgador do nosso turismo regional. Faz sentido. Porque de resto... (Eduardo Valente)

10.2.03

Segue aí uma boa dica de leitura na internet sobre cinema que nos foi passada por Don Carlone: a Revista Cinemando. No editorial temos a promessa de uma edição nova por mês - vale uma visita atenta e constante, portanto. (Daniel Caetano)

4.2.03

Vale a pena avisar também que é uma boa prestar atenção na Mostra do Filme Livre, que começa hoje no CCBB do Rio de Janeiro. Serão apresentados diversos curtas e longas em todos os formatos, nos dando a oportunidade de conhecermos uma boa parte da produção audiovisual que fica à margem do circuito de exibição comercial e dos festivais mais, digamos, convencionais. (Daniel Caetano)

Decidida a se aventurar pelo trabalho cineclubístico, a Contracampo, em uma parceria com o Grupo Estação, está organizando uma sessão de filme e debate aos sábados no cinema Odeon, no Rio de Janeiro - o filme que inaugurou a iniciativa neste último sábado, dia 1° de fevereiro, foi Van Gogh, dirigido por Maurice Pialat. De Pialat também será o próximo filme, Loulou, de 1980, que será exibido no dia 8 de fevereiro. No dia 15 teremos o Touro Indomável de Scorsese e no dia 22 teremos Veneno, filme de 1991 dirigido pelo Todd Haynes. Depois da exibição dos filmes haverá sempre uma conversa com um convidado especial - neste sábado que passou foi o pesquisador Hernani Heffner - apresentada por um integrante da Contracampo. Toda a programação que se seguirá logo estará disponível aqui neste espaço mesmo, a um clique de distância. (Daniel Caetano)

2.2.03

Encontrei finalmente um CD que vinha procurando desesperadamente há alguns anos: 'Anta Oumri', da Oum Kalsoum, a maior cantora árabe de todos os tempos e talvez simplesmente a maior cantora. A mulher foi uma estrela, amada, idolatrada por milhões de pessoas. Pra vocês terem um idéia: do Marrocos ao Iraque, o mundo árabe parava literalmente para ouvir, uma vez por mês, o concerto que ela dava ao vivo pela rádio do Cairo. Imaginem as cidades vazias, todo mundo junto de um aparelho para escutar a diva! Nesse CD, ela canta ao vivo, para uma platéia alucinada. A orquestra começa, o público aplaude desenfreadamente, a orquestra para e recomeça. No meio da introdução, quando o público reconhece a canção, vai ao delírio e recomeça tudo de novo. Depois, quando ela chega, é a mesma loucura... Impressionante. E voz dela é dessas de arrancar lágrimas, mesmo. Ah, e já ia esquecendo: o CD é uma canção só. Duração: uma hora... (Carim Azeddine)